domingo, 5 de abril de 2009

Rebelião interna de presos

Um encontro ao acaso. Nada de extraordinário por fora e grandiosas revoluções acontecendo por dentro, afinal eram duas novas paixões. Uma nem era tão nova assim, mas a outra era novíssima, tanto que até poucos instantes era desconhecida.

Como iria imaginar que eram amigas? Não imaginei, não havia como, já estava nervoso demais apenas com ela ao meu lado. Mais nervoso ainda por estar falando. Muito mais por ela responder ao que eu falava, com atenção e chegando a esboçar sorrisos. Sorrisos meio sem graça, daqueles que considero os mais deliciosos. Sorrisos que me deixavam ainda mais nervoso e me faziam sorrir também.

A conversa estava bem agradável, mas o clima não poderia estar mais tenso, apesar da aparência relaxada. Aquele pequeno triângulo abrigava uma arena, onde acontecia uma difícil luta pelo autocontrole. Difícil era pouco. O esforço era tão grande que estávamos suando muito e o número de sorrisos sem graça aumentavam a cada minuto. Chegávamos a dar risadas altamente tentadoras, agitando ainda mais o nosso campo de batalha.

O calor estava ajudando, mas a eternidade daquele momento reforçava tudo. Ao mesmo tempo, sabíamos que o seu fim já estava marcado por um outro compromisso. Este resolveria toda a tensão, contudo, seria apenas mais um passo do conflito.

Com o fim veio toda a alegria contida durante o encontro, uma carga de saudades e uma promessa esperançosa de um novo encontro, marcada por uma despedida fraca. Um "tchau" que não queria ser dito junto com um "até..." sem destino, significando "o mais breve possível" e uma troca de olhares sem graça dizendo "como eu queria ir com você".

6 comentários:

Luã Lessa disse...

apenas um comentário de um melodramático não-anônimo!

estou sempre por aqui... rs

carla disse...

"Sorrisos meio sem graça, daqueles que considero os mais deliciosos." - concordo! São para mim como finas iguarias.

Inez disse...

Há situações que são muito difícil de enfrentar, mas passam e no fim é só alegria.

paulo disse...

A sua maneira de retratar situações é única e profunda.

carla disse...

shauhuaauahau concertezaa esse texto é maiis um dos seus ! passando pra dar aquela visitiiinha ;]

João Cappello disse...

esse (acima) é "concerteza" "maiis" um dos seus comentários, carlinha. obrigado pela "visitiiinha" efusiva.