sábado, 24 de janeiro de 2009

Para finalizar

Esperava por uma palavra
para terminar tudo
e conseguir me livrar
de qualquer sentimento
alguma memória
e todo o mal estar

Já não imaginava
um desfecho alegre
só queria paz
mas ainda faltava uma palavra
para retomar o rumo
e parar de olhar para trás

Arrancaram-me os retrovisores
Porém, ainda tinha pesadelos
E conseguia ver o passado
Até que a palavra veio
pegou-me de surpresa
até achei que havia inventado

O que começou no despertar
após passar por muito sono
O jogo tem seu fim agora
Para finalizar
Ainda queria dizer uma palavra
Antes de ter que ir embora

domingo, 18 de janeiro de 2009

Jogo de opiniões

Por Todos

João:
Eu até estava começando a dormir, depois do sono. Nem passou muito tempo e me acordaram.

Edu: Sério?

João: Ainda estava com um pouco de sono, mas continuei acordado. Para nada... só havia o silêncio.

Cappellinho: Você foi um idiota! Pediu para ser acordado, não deveria esperar outra coisa. Se fosse eu dormiria tranquilo com uma plaquinha com os dizeres "Não perturbe" na porta.

Pandys: Não tinha nada que pedir. Tinha mais é que sair escondido por aí enquanto pensavam que você estava dormindo para sair por aí e curtir a noite.

Cappellinho: Ou o dia. Ou os dois.

João: Eu estava cansado, precisava dormir e descansar um pouco. Por isso que pedi para me acordar. Achei que valeria a pena. E também, não queria ficar dormindo por muito tempo.

Edu: Dormir é bom. Leva embora muita coisa.

Cappellinho: É. Leva embora muita coisa e assim, você perde muita coisa também!

Pandys: Espera, quero entender melhor. Você estava dormindo, foi acordado e...?

João: E nada. Continuo mergulhado no silêncio esperando uma palavra.

Edu: Oh... que... bonito...

Pandys: Que deprimente! Pare de esperar por palavras! Diga as suas próprias e faça o seu caminho. Suas próprias palavras farão você se encontrar.

Edu: Ou se perder...

Cappellinho: Pelo menos irá para algum lugar!

Pandys: Melhor do que ficar aí nessa. Escuta! Tem alguém vindo aí verificar se você está dormindo mesmo.

Edu: E ela não ficará nada feliz ao ver porque você acordou...

Cappellinho: Nós também não ficamos nada felizes!

Pandys: Você tem que realmente acordar e logo. Só que não desse jeito! Senão, logo não conseguirá mais dormir!

João: Ah! Querem saber? Vocês estão me deixando muito confuso. Prefiro ficar curtindo a paz desse silêncio que me angustia do que ficar aqui discutindo com vocês.

Edu: Hum...

João: Chega! Vocês precisam sair agora! Preciso voltar a dormir e disfarçar que acordei.

Pandys: Pff... o que vai ser bem difícil. Quer um conselho?

João: Não! Tchau!

Cappellinho: Se eu fosse você... escutaria...

João: Não! Saiam!

Edu: Snif.

Pandys: Falarei mesmo assim. Pare com isso! Eles estão chegando! Aproveite e acorde agora!

João: Não! Não dá!

Cappellinho: Deixe de ser teimoso e burro! Eles chegaram... Acorde!

Clic...

domingo, 11 de janeiro de 2009

Sono

Cheguei a acreditar por um bom tempo e enquanto isso, sofria. Ninguém acreditava mais, eu resolvi não acreditar também e isso doeu mais do que tudo.

Hoje estou ótimo, deitado, relaxado aqui bem perto desse rio e um lindo dia pinta-se a minnha volta. Já cheguei a ter raiva, mas a raiva me prendia, resolvi soltá-la. E como ter raiva em um lugar assim?

Tudo é maravilhoso. Aquela folha em forma de coração me faz lembrar o passado. Um passado de mentira? Eu já não tenho mais tanta certeza e não há ninguém para me dizer o que é ou não.

E se fosse uma mentira? Ah, eu sentia uma saudade grande daquela mentira, mas não queria vivê-la de novo. Hum... mesmo com toda a confusão, eu precisava de uma palavra. E o vento balançando as folhas das árvores tentava me dizer o que eu queria ouvir.

Uma palavra para me soltar dessa saudade, para me tirar dessa dúvida. Apenas uma, mesmo, para me prender a um carinho infinito e me deixar em paz. Parece muito peso para uma palavra só. Mas não precisa ficar escolhendo minuciosamente essa palavra. Pode ser qualquer uma. E eu saberei que é real.

Agora preciso dormir, essas águas e folhas querem me distrair sussurando coisas em meu ouvido enquanto o vento tenta me hipnotizar, mas lembrarei de você, essa folha em forma de coração não me deixa esquecer e continuarei esperando por notícias.

Se eu estiver dormindo, não hesite em me acordar.