terça-feira, 5 de maio de 2009

Pingo Diário

Por Cappellinho

É... acho que não veio.


Não acho... não veio! Meia hora já se passou e nada.
Aproveito para citar a pensadora Sandyjunior com sua frase "a chuva cai, o frio desce". Que chuva e tão pouco frio. Eu na esperança de passar o inverno e chegar o verão para o calor aquecer a minha emoção, mas ainda entamos no outono. E como eu me arrependo por não ter acreditado que no outono é sempre igual e as folhas caem no quintal. Preferia uma chuva de folhas, mas estava caindo água mesmo. Molhando e esfriando a minha emoção, a minha roupa, o meu cabelo e o meu óculos.

Resolvo voltar para casa andando. Acho que não estou bem acordado e algumas pessoas dizem isso, antes de sair. Meu óculos já está embassado há um bom tempo. Olha a chuva caindo! Seria uma boa oportunidade de limpar meu óculos.

Minha caminhada durou cerca de uma hora. As pessoas olhavam-me com pena. Algumas queriam me abraçar, mas estavam igualmente ensopadas e eram estranhas. Cada pingo de chuva fria ajudava-me a despertar, mas estava bem difícil. Caminhava por caminhar e ainda era capaz de voltar!

As gotas insistiam em tirar-me do transe enquanto minhas pernas irracionais andavam. Meus olhos parecem cheios de lágrimas mas estas ainda resistem e a chuva faz muito bem o seu papel. Derramam como lágrimas e me deixam confuso no andar, até chego a tropeçar algumas vezes.

E pensar que ontem mesmo me ofereceram um grande guarda-chuva. Não querem que eu me molhe. Nem eu queria, mas foi preciso. Talvez eu fique de castigo por causa disso, pouco me importa. O vento tenta dançar em meu cabelo empastelado, mas não tem muito sucesso.

Estou finalmente chegando em casa. A chuva está ficando mais fraca e o Sol começa a aparecer. Se os créditos começassem a subir eu não estranharia nada. Mais uma vez sinto que foi tudo programado, mesmo tendo consciência da impossibilidade de controlar uma chuva que parou a cidade.

Cheguei em casa. Com frio, ensopado, tiro logo a roupa ouvindo a bronca da mamãe e corro para o banho quente onde finalmente paro um pouco.

Ainda não sei se despertei, mas você nunca estará atrasada o suficiente para correr na minha rua trazendo o grande guarda-chuva prometido. Mesmo que a chuva já tenha passado, os pingos continuam a cair das copas de árvores e construções sujas. Chegam no fim, mas lembre-se, são os piores. Mesmo na primavera, quando tudo parece ser calmaria, tranquilidade, uma quimera.

8 comentários:

cappellinho disse...

resolvi entrar na moda da veia poética também.

Luã Lessa disse...

a chuva te deixou assim, Cappellinho?

x]

Groo disse...

Nem me fale em chuva! Em Salvador chove torrencialmente e fiquei "ilhado" no meio de trânsito com tudo alagado!

E não tinha guarda-chuva que resolvesse.

Mas...prefiro os pingos. Ao menos, de alguns, dá para desviar.

abs

Anônimo disse...

Nooossa, essa do Sandy & Junior foi ressureição! hahaha

Mas adorei o texto, fico massa dmais!

"Ainda não sei se despertei, mas você nunca estará atrasado o suficiente para correr na minha rua trazendo o grande guarda-chuva prometido."

Parabéns pelo blog!
=*

Tolerância Zero disse...

rapá..poesia num é minha praia não..massssssssssss parabens... ta mandando bem..

camila disse...

nunca será tarde demais... nunca será.

Sandra Costa disse...

oi!
eu queria comentar que é muito bela a postagem intitulada 'Um'.
bem objetiva e totalmente completa.
gosto muito disso.

=)

Deyvid . disse...

Parábens pelo seu blog!!

vc esescreve muito bem!!



http://lucideznua.blogspot.com

Abraço!!